Ovos Benedict (com molho holandês de manteiga noisette)
Já vou avisando: Essa é uma receita gorda. Bem gorda.
Se você é um daqueles pentelhos(as) que vive de dieta e não quer arrasar com ela, como uma granada largada sem pino, dentro de uma máquina de lavar roupas, sugiro que você não continue a leitura e vá seguir a sua rotina de corrida / yoga / triathlon / dieta dukan / sei lá mais o que você anda fazendo.
Agora, se você como eu, acredita que a moderação é o tesouro do sábio, vai adorar . Esse é um prato ideal pro começo do outono, onde a temperatura começa a cair e a necessidade (vontade disfarçada de gordice) de coisas mais “substanciosas” digamos assim, se faz necessária.
Vamos deixar de lado, a história completa dessa receita, afinal, ela é comprida pra cacete e começa no século 19 em Nova York.
A história resumida, é que esse foi o pedido de um corretor da bolsa de valores aposentado chamado Lemuel Benedict, que depois de tomar umas e outras e acordar com uma tremenda ressaca, entrou no hotel Waldorf em 1894 e pediu ao maître d’hôtel uma opção com pão, ovos, bacon e um toque de molho holandês, pra rebater o abuso alcóolico da noite anterior.
Depois disso, é um diz que me diz tremendo, com muita gente (e estabelecimentos) reclamando a invenção da receita.
Pulemos essa parte e vamos ao que interessa.
Pra se fazer a coisa toda do jeito certo, como manda o figurino, você vai precisar preparar o molho holandês, que é um dos cinco molhos clássicos da cozinha francesa. Dele, você pode fazer milhares de variações, ideais para acompanhar vegetais, carnes, aves, peixes e por aí vai.
Se você tiver curiosidade de aprender mais sobre esse molho, suas variações e uma porrada de outros, recomendo que você compre um livro chamado “Receitas de Molhos” do fodástico chef francês Michel Roux (editora Larousse). Vale a pena cada centavo.
Voltemos.
A versão que preparei a seguir, que foge um pouquinho da clássica, é feita com manteiga noisette, que nada mais é que uma manteiga “queimada” até certo ponto, quando desenvolve um sabor e aroma muito próximos ao da avelã (coisa linda!). O preparo dessa manteiga já apareceu aqui no Chef à Porter antes, por isso, vou pular alguns passos até a foto abaixo. Se você tiver alguma dúvida, é só voltar lá.
Com a manteiga noisette já pronta
Separe três gemas de ovos caipiras
E com a ajuda de um fuet, sobre uma panela de água fervente, bata-as vigorosamente até que fiquem bem leves, esbranquiçadas e cremosas. É importante bater rapidamente as gemas, se não, elas não podem cozinhar por igual e acabar virando ovos mexidos, repletos de pelotas.
Se isso acontecer, bau bau. Descarte as gemas e recomece o processo (ou aproveite pra comer uns ovos mexidos)
Com essa etapa cumprida (e sem pelotas), acrescente aos poucos a manteiga noisette até que o molho fique encorpado e com uma cor levemente “tostada”.
Seu molho ficou igual ao da foto? Parabéns, você está no caminho certo! Se ele ficar liso, porém muito grosso, acrescente meia colher de água quente e bata rapidamente, até que o molho fique cremoso, com uma textura macia. Tempere com sal, pimenta do reino preta moída na hora e algumas gotas de limão a gosto. Reserve até a hora de servir.
Com o molho pronto, o resto é moleza.
Faça dois ovos pochê, com a gema bem molinha (não sabe como fazer essa delícia? Calma, eu ensino!)
Toste uma torrada até ficar dourada, frite algumas fatias de bacon ou pancetta (minha opção favorita)
Coloque os ovos pochê sobre elas e coroe com o molho holandês (sem exageros, uma colher de sopa cheia da conta do recado).
Será que fica bom? Me digam vocês.